domingo, 19 de dezembro de 2010

A tragica historia do baixista fundador do Guns N Roses

O texto que segue é baseado majoritariamente numa tradução feita do dinamarquês para o inglês por um colaborador do site MyGNR.com, logado neste sob o pseudônimo ‘Duff Rose’. A tradução original, que acredita-se tenha sido feita via tradutor eletrônico, deixa alguns termos do original levemente dúbios, e portanto, foram eliminados ou reinterpretados. A URL da tradução original pode ser acessada no link:

http://www.mygnrforum.com/index.php?showtopic=126067

“Esses são uns caras gays que não sabem tocar.”

Mas os bichas estão se dando muito bem.

Alguns de vocês provavelmente sabem que, bem nos primórdios da banda, um dinamarquês, OLE BEICH, era o baixista do GUNS N’ ROSES. Ele deixou a banda bem cedo, antes deles estourarem, e morreu em 1991.

Ole estava sentado num banco à beira do Lago Sct. Jørgens em Copenhague, junto com um amigo, discutindo se conseguiriam nadar até a outra margem do lago. Nós podemos seguramente acreditar que Ole estava bêbado com nove garrafas de Elefantøl e três de Blue Melton. Ele sempre tinha sido do tipo que quer provar que é possível fazer isso e aquilo. Ele se despiu de todas suas roupas, exceto por suas calças azuis e entrou na água. Estava frio, cerca de nove graus e já era mais de dez horas da noite. A escuridão de outubro já tinha coberto Copenhague. Da beira do lago, o camarada de Ole e um corredor que passava viram desaparecer na escuridão.

Logo depois não conseguiam mais vê-lo, pra depois ouvi-lo gritar e chamar por eles.

Esta é a história de OLE BEICH, um jovem músico de Brisbane que no começo dos anos 80 mudou-se para os EUA atrás de seu sonho de se tornar um astro do rock em 1985 e fundou o GUNS N’ ROSES.

Uma história do largamente desconhecido membro dinamarquês de uma das maiores bandas de rock do mundo. Uma história sobre a alegria de tocar música e desconforto de ter que socar seus testículos pra baixo num par de calças de lycra preta. E também uma história de fé e esperança numa transição, enquanto perde-se a fé em si mesmo.

A história começa na segunda metade dos anos 60 em um pequeno ponto vermelho afastado dos subúrbios de Brisbane. Lá está a família Beich se aprontando para outro dia comum. Ole tem 12 anos e Anders sete, e ambos estão na época escolar. Como de costume, os dois irmãos sentam-se lado a lado, cada qual com seu prato. E cotidianamente, Ole pega o pacote de flocos de milho da Kellog’s e o inclina sobre seu prato. Mas nessa manhã não serão só flocos de milho que sairão da caixa: um pequeno canhoto também desliza pra fora com os flocos amarelos e aterrissa no prato. "Parabéns, você ganhou uma guitarra", lê-se no canhoto.

Ole pulou de felicidade. Ele tocou um pouco na guitarra de jazz de seu pai e sonhava em ter sua própria. O sonho é entregue depois diretamente a sua porta em uma caixa de papelão da Kellog’s. Ole praticava todo dia. Algumas vezes, sozinho em seu quarto.

Por outras vezes, junto a dois amigos na pequena lavanderia, onde eles mal conseguem encaixar a bateria e dois amplificadores de guitarra na porta da cozinha, junto com a máquina de lavar e alguns armários. Eles ensaiam e se aperfeiçoam até a exaustão.

E muitas vezes esquecia-se completamente de fazer a tarefa da escola. Quando os pais perguntam pela escola, Ole entra correndo no quarto, procurando por sua guitarra.

Ole poderia se sair muito melhor nos estudos, escrevem os professores, preocupados em seus pareceres. Eles estavam certos, mas Ole não quer sair-se melhor. Na verdade ele nem se importa com escola, ele largaria os estudos convencionais mais tarde e nunca se formaria. “Ele só queria saber de tocar música,” diz a mãe de Ole, Birgit Beich. “Mas enquanto isso, ele realmente gostava de provar que ele poderia ser alguém. Ele nunca disse isso diretamente... não que eu possa me lembrar de que ele tenha dito, 'Agora eu vou pros EUA e eu vou mostrar que eu posso', mas não há dúvida de que foi por isso que ele quis ir. Ele tinha muita vontade de provar que ele podia".

Ole tem uma visão. Os anos da adolescência se foram com o Ole Beich conhecido em Brisbane. Com seus longos e claros cabelos, ele quer catar todas as garotas bonitas mas claro, devido a seu talento musical.

Ainda em sua juventude, ele de muda pra Copenhagen, e toca, dentre muitos outros, no MERCYFUL FATE, que depois conseguiria assinar com um selo fonográfico na Inglaterra e seria uma grande inspiração para o metallica, mas ele largou a banda para mudar-se pros EUA.

Ele diz a seus pais que viajaria para os EUA para tocar música e ganhar dinheiro suficiente para comprar uma casa para a família. Ele vai comprar duas [motocicletas] Harley-Davidson, uma pra ele e uma para seu pai, que tem motos e adora andar nelas. E ele vai retornar a Brisbane para ver seu Ford Lincoln ser despachado no porto e depois dar uma volta pela cidade.

Em outubro de 1983 ele se vai. Chovia no porto de Calabar, quando Ole Beich e seu amigo Henry Aarøe embarcam no ferry da DFDS para a Inglaterra, de onde eles irão voar até Los Angeles.

Ole está usando óculos escuros. Na verdade, são óculos comuns de leitura, mas ele pediu a um ótico em Brisbane que o fizessem num tom escuro, de modo que eles fossem confusamente parecidos com óculos de sol. Fica mais legal, ele acha.


No cais estão seus pais, os pais de Henrik e alguns amigos. A mãe acena enquanto os dois homens ainda são visíveis no convés, mas Ole não está acenando de volta. Não é difícil reconhecer o jovem em sua jaqueta de motoqueiro com rebites e zíper duplo, e também, astros do rock não acenam. Ainda mais pra suas mães.

Do momento que saem do avião em Los Angeles e passam pelo saguão de desembarque, Ole tem apenas uma coisa em sua mente: ele vai achar alguns músicos pra tocar com ele. E quanto antes, melhor.

Enquanto Henrik aluga um carro, o músico aspirante vai até a banca de jornal e compra uma pilha deles. Ele dedilha rapidamente pelos anúncios, onde bandas estão procurando por membros novos. Há muitos: bandas que procuram guitarristas, bandas que procuram bateristas, bandas que procuram baixistas, bandas que procuram cantores.

Ole, que nesse meio tempo com o MERCYFUL FATE trocou a guitarra pelo baixo – supostamente por causa da feroz competição entre guitarristas – procura na categoria de baixo e rock pesado.

Ele liga logo em seguida e já no dia seguinte, ele tem o primeiro compromisso para um teste em Los Angeles. Não é por acaso que Ole e Henrick escolheram Los Angeles. É o lugar perfeito para músicos. A cidade dos sonhos.

Foi aqui que o The doors vingou.

Foi aqui que Neil Young tocou seu primeiro show da carreira solo.

Foi aqui que Frank Zappa e os Mothers Of Invention gravaram seus discos mais aclamados. E era aqui que Ringo Starr, Neil Diamond, Janis Joplin, Jim Morrison, led zeppelin e o The Byrds se divertiam.

E sim, até Elvis costumava visitar a cidade regularmente quando era vivo.

Na [revista musical] Rolling Stone, Ole leu sobre a pulsante Sunset Strip e casas noturnas como o Troubador, Roxy e o rainbow Bar e sonhava para longe dos bares de sua cidade natal, direto para o burburinho dos Astros do rock e das modelos.

“Você consegue se imaginar indo pra cama com a Brooke Shields?”, ele perguntou a seu amigo Henry antes dele irem. Henry podia muito bem imaginar-se indo pra cama com a supermodelo e atriz, então com 18 anos, tal como ele tinha visto em uma revista. Seria grandioso.

Ole e Henrik nunca encontraram com Brooke Shields, mas logo deram de cara com outros famosos: no Rainbow Bar, encontrou-se por acaso com membros do MÖTLEY CRÜE, com os quais ficou amigo depois, e através de anúncios de jornal para testes ele conheceu BILL WARD, baterista do black sabbath, e num desses encontros, um cara chamou Axl.

Nessa época, AXL ROSE ainda é um desconhecido.

Ole Beich com Axl Rose no L.A. Guns em 1984


Ele é como Ole Beich e muitos outros jovens e ambiciosos músicos que viajavam para Los Angeles para tentar a sorte. Os dois costumavam ir aos mesmos bares, irem aos mesmos testes, e eventualmente uma dessas audições leva Axl e alguns outros músicos com Ole Henrik a um velho barracão em Sunset Boulevard, onde os dois escandinavos moraram por um tempo. O local tinha servido de estoque para um shopping center, mas acabou virando um estúdio de gravação com alguns quartos.

Eles fumam maconha, bebem e conversam sobre música.

(A segunda parte será publicada em breve)

sábado, 18 de dezembro de 2010

Melhores musicas para escutar na estrada


Planejando pegar estrada nos feriados? Bem, a wired.com criou uma lista das dez melhores músicas para se ouvir na estrada.

Os redatores do site ajudaram a escolher as músicas e elegeram em 1º lugar “Radar Love” do Golden Earring’s. Em segundo lugar está “Rambling Man” do Tha Allman Brothers Band, seguido de ““Running Down a Dream” de Tom Petty & The Heartbreakers, “La Grange” do ZZ Top e “I’ve Been Everywhere” de Johnny Cash. The Doors, Deep Purple, Led Zeppelin e Queen também fazem parte da seleção.

10 “Fat Bottomed Girls” by Queen
9 “Ramble On” by Led Zeppelin
8 “Highway Star” by Deep Purple
7 “The Distance” by Cake
6 “Roadhouse Blues” by The Doors
5 “I’ve Been Everywhere” by Johnny Cash
4 “La Grange” by ZZ Top
3 “Running Down a Dream” by Tom Petty & The Heartbreakers
2 “Rambling Man” by The Allman Brothers Band
1 “Radar Love” by Golden Earring

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Bon Jovi vai trabalhar na casa branca em 2011


BON JOVI já anunciou que sua banda entrará em hiato em 2011 e parece que o futuro do roqueiro está na Casa Branca. A informação é da revista Veja. Na tarde desta última terça-feira (14), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou uma ordem que nomeia o músico americano como membro de um conselho da Casa Branca dedicado a ações comunitárias. No total, o conselho será formado por 25 pessoas importantes em diversos setores, como o presidente do portal de leilões pela internet eBay, John Donahoe, e a vice-presidente da rede Starbucks, Paula Boggs. O objetivo deste novo orgão liderado por bon jovi é mobilizar os cidadãos americanos, ONGs, empresas e o próprio governo para a solução de problemas comunitários de pequeno e médio porte. O cantor chega ao cargo com uma certa experiencia no assunto já que possui uma fundação que leva seu nome e que ajuda pessoas carentes a encontrar um lar.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A história por trás: Death on two legs


Uma pergunta que sempre intrigou os fãs do Queen diz respeito à faixa de abertura de seu álbum mais clássico, “A Night At The Opera”, de 1975: “Death On Two Legs”, uma música bastante agressiva (tanto em sua sonoridade quanto em sua letra) composta por Freddie Mercury trazia o misterioso subtítulo de “dedicated to......” (“dedicada a...”). Acompanhando a letra da canção, que já começa com os singelos versos como “You suck my blood like a leech” (“você suga meu sangue como um sanguessuga”) e “You’ve taken all my money and you want more” (“você tomou todo meu dinheiro e ainda quer mais”), parece óbvio se tratar de alguém que estaria passando a perna na banda. Mas afinal de contas a quem é que o vocalista direcionava tanta raiva?

Alguns fãs debatem na internet sobre o assunto. Entre as páginas, sites, e tópicos em sites de relacionamentos, os nomes que surgem com mais freqüência são os de Norman Sheffield, co-proprietário dos estúdios Trident (com quem o Queen tinha contrato de gravação em seus primeiros discos) e Jack Nelson, manager da banda. No documentário da série “Classic Albums” feito sobre “A Night At The Opera”, Brian May e Roger Taylor chegam a comentar sobre o assunto, mas não chegam a citar nenhum nome. Vamos então recapitular um pouco dessa história.

O início de tudo: o contrato com os estúdios Trident

Em 1972, já com cerca de dois anos de existência, o queen gozava de boa reputação no circuito roqueiro londrino, mas não conseguia um contrato de gravação, tendo em vista sua sonoridade demasiadamente extravagante para a época, bem como o nome do grupo ser muito afeminado para um grupo de quatro rapazes. Eis que surge uma grande oportunidade: através de alguns contatos por parte da gravadora Mercury, com quem Brian e Roger ainda se viam de certa forma vinculados (por conta de sua extinta banda, o Smile), veio uma proposta para que o queen servisse de “cobaia” para testar as instalações do recém inaugurado estúdio De Lane Lea, onde acabaram gravando sua primeira fita demo oficial.

Após extensa distribuição do material, os irmãos Norman e Barry Sheffield, proprietários dos conceituados estúdios Trident em Londres, interessaram-se pelo promissor quarteto. Financeiramente a proposta até agradava, já que a banda, sem um tostão no bolso, não precisaria pagar pelo uso dos estúdios e poderia desfrutar dos melhores produtores e engenheiros de som da casa. Em contrapartida, só poderiam realizar suas gravações quando os artistas mais famosos que pagavam pelos serviços do estúdio terminassem seus trabalhos – o que normalmente compreendia períodos esdrúxulos e extremamente penosos, entre as 3 da madrugada e 7 horas da manhã...

De qualquer forma, e contando com a camaradagem de alguns artistas como David Bowie e Paul McCartney, que cediam parte de seus horários para que a banda pudesse gravar, conseguem lançar o primeiro álbum, com o mesmo nome da banda, sob o selo próprio dos estúdios Trident. Após certa repercussão (em especial da faixa “Keep Yourself Alive”) e apresentações ao vivo muito comentadas, conseguem então contrato de distribuição com as grandes gravadoras EMI (na Inglaterra e Europa) e Elektra (nos Estados Unidos) e chegam ao segundo álbum, “Queen II”, cujo single “Seven Seas Of Rhye” lhes renderia uma participação no tradicional programa de TV “Top Of The Pops”, da BBC, famoso por apresentar as canções da parada de sucessos. Saem então em uma turnê pela Inglaterra e pelos Estados Unidos, junto ao Mott The Hoople (que fazia muito sucesso na época, graças à canção “All The Young Dudes”, de David Bowie).

Apesar do sucesso crescente, a situação financeira da banda não era das melhores. Freddie Mercury e Roger Taylor eram sócios em uma loja de roupas em Londres, mas tiveram que fechá-la para poderem se dedicar mais à banda. O mesmo havia acontecido com Brian May, que recentemente tivera que abrir mão de um cargo como professor substituto em uma faculdade. E o tal paradoxo de fama e pouco dinheiro só aumentou com o lançamento de “Sheer Heart Attack”: o álbum projetou a banda mundialmente, levando-os a tocar inclusive no Japão, onde tiveram tratamento de verdadeiras lendas do rock, tamanha a histeria dos fãs nipônicos. “Killer Queen”, a faixa de maior sucesso do disco, tocava por todas as rádios, shows eram agendados um após o outro (chegando até a ocorrerem mais de um em um mesmo dia). Mas quanto aos lucros propriamente ditos... Quase nada lhes era repassado. Freddie Mercury já expunha, meio que metaforicamente, um pouco do que sentia em uma das canções daquele álbum...

Flick of the Wrist

Considerada uma espécie de precursora de “Death On Two Legs”, “Flick Of The Wrist” (que refere-se àquele tipo de tapa dado com as costas da mão), parte integrante de “Sheer Heart Attack”, já trazia um Freddie Mercury bastante irritado e incomodado com a situação em que vivia. A letra da música fala justamente sobre abuso e exploração, com trechos como “‘Prostitute yourself’, he says, ‘castrate your human pride’” (“‘prostitua-se’, ele diz, ‘castre seu orgulho humano’”). À época poderia parecer apenas uma canção isolada sobre o tema, mas com o passar do tempo parece claro que Freddie se sentia justamente como uma prostituta explorada por um cafetão, haja vista a excessiva carga de trabalho que lhes era imposta, além de não ver nenhum dinheiro passando por suas mãos, enquanto seus “chefes” andavam pela capital inglesa a bordo de limusines...

Musicalmente falando, “Flick Of The Wrist” pode ser vista também como uma irmã mais velha de “Death On Two Legs”, dada sua levada pesada, seus arranjos intrincados de piano... Um dos grandes destaques fica para a gravação do vocal principal de Freddie, dobrando sua voz em uma oitava mais grave em determinados trechos da letra. E uma curiosidade fica por conta do fato de Brian May só tê-la ouvido pela primeira vez quando foi gravar suas partes de guitarra e vocais, já que no início das gravações do álbum estava se recuperando de uma hepatite.

A morte sobre duas pernas…

Se por um lado a fama do queen só aumentava, por outro seus membros não podiam desfrutar devidamente de tudo que estavam conquistando: tal papel era exercido por seus empresários. Embora houvessem gravado um concerto no teatro Rainbow lotado, onde a banda aparecia chegando em grande estilo a bordo de uma limusine, a situação verdadeira era bem diferente daquilo. Brian May precisava de um adiantamento para poder comprar um imóvel e deixar morar no apartamento que alugava junto a alguns amigos. Negado. Freddie queria realizar o sonho de ter um piano de cauda. Negado. Mas a gota d’água, que enfureceu a banda de vez, ainda estava por vir: o baixista John Deacon, recém-casado, pediu dinheiro para pagar alguns exames de sua esposa, que se encontrava grávida. Negado também.

Diante de tanta humilhação, os quatro resolvem procurar novos empresários. E para tentar se livrar do contrato leonino que lhes prendia junto aos exploradores irmãos Sheffield e a Jack Nelson, contam com os serviços do advogado Jim Beach, que em seguida também passaria a administrar os interesses da banda, tornando-se empresário e, praticamente, um quinto membro do Queen. Obviamente tiveram que abrir mão de várias coisas, levaram certo prejuízo, mas enfim conseguiram a liberdade. Ao mesmo tempo, precisavam de um empresário de maior renome para representá-los perante as gravadoras, de quem eram contratados diretamente agora. Após uma proposta pífia por parte de Peter Grant (que temia não poder se dedicar em tempo integral mais ao Led Zeppelin, caso fechasse com o Queen), foi escolhido John Reid, que trabalhava para Elton John.

A banda vivia ainda outra situação delicada: após conseguirem um adiantamento da EMI para realizarem as gravações em vários estúdios de primeira linha, e gastarem uma fortuna na produção do álbum, viviam a incerteza de que estaria por acontecer quando lançassem o novo álbum. Era tudo ou nada: o sucesso ou a falência. (felizmente para a banda, “Bohemian Rhapsody” estourou, trazendo o álbum na rasteira e catapultando-os ao estrelato).

Sob a tutela de Roy Thomas Baker, que já havia produzido os três primeiros álbuns da banda, começam as gravações daquela que seria sua obra mais aclamada, “A Night At The Opera”. Enfurecido por todos estes acontecimentos, Freddie Mercury escreve uma peça musical de início caótico, com complicados arpeggios no piano combinando com guitarras e ruídos estridentes: era a introdução de “Death On Two Legs”. Inicialmente o restante da banda havia ficado com um pé atrás, principalmente por conta da sua letra contundente e incisiva, mas por fim decidiram gravá-la. Para se ter uma idéia, certa vez Freddie admitiu em uma entrevista: “a letra era tão vingativa, tão agressiva que Brian se sentia desconfortável em cantá-la. Eu ainda não gosto de falar sobre o que eu estava sentindo quando a escrevi. Era terrível, extremamente terrível”.

Como se não bastasse tanta controvérisa, havia então mais um empecilho: Freddie queria dedicar explicitamente a canção a quem lhe servira de inspiração, e após algumas discussões acaloradas, ficou decidido que o nome do sujeito não apareceria, mas ficaria apenas sugerido no subtítulo “dedicated to....”. Tal decisão se mostrou acertada: Norman Sheffield, quando ficou sabendo do lançamento da canção e do álbum, chegou a acionar a banda judicialmente por difamação, mas como não havia nada que o citasse abertamente nem na música nem no resto do disco, o processo foi arquivado. Talvez com base nisso a imensa maioria dos fãs do queen acredite realmente que a canção tenha ele como tema.

Acalorando a outra vertente, que defende que a canção versa sobre Jack Nelson, encontra-se a biografia “Freddie Mercury”, recentemente lançada pelo escritor francês Salim Rauer. No livro, ao narrar sobre os acontecimentos da época, o autor coloca o nome de Nelson como sendo a “fonte de inspiração” de toda a raiva e animosidade do vocalista.

Ouvindo a gravação, é impossível não notar o tom agressivo da voz de Freddie durante a canção: ele parece cuspir as palavras enquanto canta, deixando clara toda sua revolta. Em um fórum na internet, corre a história de que ele estava tão raivoso que chegou até a sangrar pelos ouvidos... Uma outra curiosidade é que, assim como seria feito com “Bohemian Rhapsody”, o piano de Freddie servira de guia para mostrar a Brian May como deveriam soar seus riffs, gerando um efeito interessante na edição final.

Versões ao vivo

“Death On Two Legs” passou a ser presença constante nos shows do Queen, mas oficialmente só pode ser encontrada no duplo ao vivo “Live Killers”, de 1979. Nesta gravação, Freddie chega a anunciar que a música era sobre alguém, até que três “bipes” sonoros encobrem sua “dedicatória”, complementada com: “We call him ‘Death On Two Legs’” (algo como “nós o chamamos de ‘a morte sobre duas pernas’”). Tal fato só fez aumentarem as especulações entre os fãs. Embora ele possa realmente ter dito o nome do “cidadão”, corria a informação (e esta é a versão predominante até hoje) de que Freddie, na verdade, soltou alguns palavrões, o que levou à opção da gravadora por censurá-lo, evitando assim problemas com o lançamento do álbum – segundo alguns relatos, ele costumava introduzi-la nos shows dizendo “this is about a real motherfucker of a gentleman” (“ela é sobre um cavalheiro filho da puta de verdade”) ou “this is about a motherfucker I used to know” (“ela é sobre um filho da puta que eu conheci”).
A canção acabou apenas sendo deixada de lado em 1980, a partir da excursão do álbum “The Game”, estrondoso sucesso comercial que obrigou a banda a abrir mão de alguns clássicos para a inclusão dos então novos sucessos.

A letra e a tradução

Por fim, eis a letra e a tradução da controversa canção:

Death on Two Legs (Dedicated to...)

You suck my blood like a leech
You break the law and you preach
Screw my brain till it hurts
You’ve taken all my money
And you want more

Misguided old mule
with your pig headed rules
With your narrow minded cronies
Who are fools of the first division

Death on two legs
You’re tearing me apart
Death on two legs
You’ve never had a heart of your own

Kill joy, bad guy
Big talking, small fry
You’re just an old barrow boy
Have you found a new toy
to replace me?
Can you face me?
But now you can kiss
my ass goodbye

Feel good, are you satisfied?
Do you feel like suicide?
(I think you should)
Is your conscience all right?
Does it plague you at night?
Do you feel good?
Feel good?

You talk like a big business tycoon
You’re just a hot air balloon
So no one gives you a damn
You’re just an overgrown schoolboy
Let me tan your hide

A dog with disease
You’re the king of the ’sleaze’
Put your money where your mouth is
Mister know-all
Was the fin on your back
Part of the deal? (Shark!)

Death on two legs
You’re tearing me apart
Death on two legs
You’ve never had a heart (you never did)
of your own (right from the start)

Insane, you should be put inside
You’re a sewer rat decaying
in a cesspool of pride
Should be made unemployed
Then make yourself null and void
Make me feel good
I feel good…

Morte sobre duas pernas (Dedicada a…)

Você suga meu sangue como uma sanguessuga
Você infringe a lei e reza
Aperta meu cérebro até doer
Você tomou todo o meu dinheiro
E ainda quer mais

Mula velha desorientada
Com suas regras porcas
Com seus amiguinhos imbecis
Que são idiotas da elite

Morte sobre duas pernas
Você está me despedaçando
Morte sobre duas pernas
Você nunca teve um coração próprio

Estraga prazeres, bandido
Falastrão, pessoa insignificante
Você é apenas um velho bebezão
Você já achou um novo brinquedo
para me substituir?
Você pode me encarar?
Mas agora você pode dar um beijo
de despedida no meu rabo

Sente-se bem, está satisfeito?
Você sente vontade de se suicidar?
(Eu acho que deveria)
Sua consciência está bem?
Ela te amaldiçoa à noite?
Você se sente bem?
Sente bem?

Você fala como um grande magnata dos negócios
Você é apenas um balão de ar quente
Com quem ninguém se importa
Você é apenas um moleque crescido
Deixe-me bronzear seu couro

Um cachorro doente
Você é o rei da sujeira
Põe seu dinheiro onde sua fama é de
Senhor sabe tudo
A barbatana na suas costas
Era parte do acordo? (Tubarão!)

Morte sobre duas pernas
Você está me despedaçando
Morte sobre duas pernas
Você nunca teve um coração (nunca teve)
Próprio (desde o início)

Insano, você deveria ser internado
Você é um rato de esgoto decadente
Numa cloaca de orgulho
Deveria ser despedido
E então se tornar nulo e vazio
Faça-me sentir bem
Eu me sinto bem...

Se não pode vencê-los, junte-se a eles

E o queen não parou por aí. Em seus próximos discos continuaram a abordar algumas variações sobre o tema, conforme pode ser conferido, por exemplo, na faixa “Sleeping On The Sidewalk”, do álbum “News Of The World”, de 1977. Neste blues, composto por Brian May, é narrada a história de um músico que cansa de ser explorado e em certo momento diz a seu empresário onde ele deveria “enfiar sua gravadora chique”. Um ano depois, na época em que começaram as gravações do álbum “Jazz”, a banda decidiu que oficialmente deixaria de ter residência fixa na Inglaterra, pois estavam perdendo muito dinheiro pagando impostos sobre seus lucros. Passaram a declarar residência em países diversos, como a Suíça, país onde administravam os modernos estúdios Mountain, em Montreux, que passaram a usar para suas próprias gravações. Neste álbum, o baixista John Deacon apresenta uma faixa de letra extremamente irônica, “If You Can’t Beat Them” (“Se não pode vencê-los...”), inspirada mais uma vez na perda de dinheiro. A partir deste período, a banda conseguiu firmar um acordo mais favorável sobre a administração de seus direitos autorais, outra fonte de renda que costumava lhes causar muitas dores de cabeça, passando a serem seus próprios patrões.

Regravações

Curiosamente, tanto “Death On Two Legs” quanto “Flick Of The Wrist” foram regravadas recentemente pelo Dream Theater: a primeira foi lançada no álbum “Uncovered 2003-2005”, da série “Original Bootlegs” do selo de Mike Portnoy, e a segunda saiu junto de “Tenement Funster” e “Lily Of The Valley”, no CD de covers da versão estendida de “Black Clouds and Silver Linings”. Estariam Portnoy e cia. passando por problemas parecidos aos do Queen?

Fontes da matéria:
Wikipedia
Queen – site official
“Freddie Mercury”, de Salim Rauer (Ed.
Planeta)
DVD “Classic Albums – A Night At The Opera” (ST2 Records – Eagle).

Site analisa a rivalidade entre Axl Rose e Kurt Cobain


O website “A.V. Club” fez um verdadeiro e profundo tratado sobre a rivalidade que existia entre Axl Rose e Kurt Cobain, dois dos maiores ícones do início dos anos 90. Abordando diversos aspectos da guerra particular – e que quase chegou às vias de fato – entre os dois ídolos, o texto traz uma incrível análise psicológica dos músicos, além de uma ótima caracterização do que estava acontecendo no mundo da música naquela época.

“Aprovados pelo Guns n’ Roses” – legenda sobre o nirvana na revista semanal britânica “New Musical Express”.

“O papel dele tem sido interpretado por anos. Desde o começo do Rock n’ Roll que há um Axl Rose. E é um saco. É totalmente entediante para mim. Isto é uma novidade para ele, obviamente porque está acontecendo pessoalmente com ele, e ele é uma pessoa tão egoísta que pensa que todo o mundo lhe deve alguma coisa” – Kurt Cobain falando sobre Axl Rose (retirado do livro “Come As You Are: The Story of Nirvana”, de Michael Azerrad.

“Você é tudo que eu poderia ter sido” – Axl Rose falando para Kurt Cobain após um show do nirvana em outubro de 1991, e relatado por Courtney Love em “W.A.R.: A Biografia Não-Autorizada de Willian Axl Rose”, de Mick Wall.

A parte mais complicada de se escrever sobre a história é colocar estilos, modas e movimentos sociais numa perspectiva adequada. Nem todo mundo passou os anos 60 fazendo bebês na lama em Woodstock, ou os anos 70 cheirando com Bianca Jagger no “Studio 54”. Nós nos apoiamos nestas coisas, porque elas possuem significados facilmente reconhecíveis de suas respectivas eras, mas muita coisa é ignorada quando você toma o atalho das jaquetas Nehru e músicas dos Bee Gees. O espectro das experiências em qualquer era é simplesmente amplo demais; me faz imaginar se a chamada “monocultura” realmente existiu, no qual “todos concordavam” com o que era bom nas rádios e nas três emissoras de TV. Talvez apenas tenhamos melhorado em reconhecer que mesmo as coisas realmente populares são irrelevantes para significativas porções da população. Uma banda tão abrangente como eram os beatles nos anos 60 provavelmente não significava muito para um adolescente negro que vivia em Detroit, ou para um motorista de caminhão da zona rural do Texas, ou para os milhões de decentes conservadores norte-americanos médios que trabalhavam duro e que esperavam impacientemente que aqueles cabeludos desafinados terminassem sua apresentação no Ed Sullivan, para que os mágicos e malabaristas pudessem entrar.

Há uma anedota muitas vezes contada sobre como o “Nevermind” foi lançado ao topo das paradas da “Billboard” nos últimos dias de 1991, porque os garotos trocaram o “Dangerous” de Michael Jackson pelo álbum do nirvana, que era o que eles realmente queriam no natal. É uma estória rica em significado metafórico, mostrando a recém iniciada banda de Punk Rock contra o gigante superstar do Pop dos anos 80, terminando com os caras novos roubando a tocha cultural à força. Na versão cinematográfica, você veria adolescentes de todos os lugares trocando suas blusas brilhantes e jeans de pedra lavada por camisas de flanela e acessórios “Doc Martens”, e os escutaria reclamando sobre como os pais, a escola, o sistema e a mídia diz à nova geração com o que se importarem, e como isto é uma merda. É como se todos nós tivéssemos decidido nos tornar Christian Slater no filme “Pump Up The Volume”, e isto começou com o nirvana destronando o rei do Pop.

Na realidade, “Dangerous” acabou se tornando indiscutivelmente mais popular que o “Nevermind”, vendendo mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo e gerando nove singles ao longo de dois anos. A sexta canção de “Dangerous” a ir para as rádios, “Heal The World”, provavelmente seria mais reconhecida pelos fãs casuais de música do que qualquer canção do nirvana, possivelmente com a exceção de “Smells Like Teen Spirit”. “Dangerous” só parece um fracasso se comparado aos três mega-sucessos – “Off The Wall”, “Thriller” e “Bad” – que Jackson lançou antes dele. Mas ainda havia muitas pessoas que amavam “Dangerous”; ele pode ter perdido a batalha para o “Nevermind” aos olhos dos historiadores do Rock, mas Michael Jackson se deu bem na guerra.

“Nevermind” já havia sido mitificado quando Kurt Cobain cometeu suicídio em 1994; depois, pareceu que o disco existiu apenas como o ponto histórico que marcou o maior triunfo de Cobain e sua sombria introdução ao lado negro da inescapável fama e adulação. É difícil ouvir o “Nevermind” hoje em dia sem sentir o peso da história ou sem escutar o barulho do trovão do pressentimento. Mas a entrada do “Nevermind” no panteão dos “Importantes Álbuns de Rock” teve um certo atraso. Quando foi lançado, o disco só recebeu três estrelas e um review suave da “Rolling Stone”. De acordo com a “Spin”, o nirvana era bom, mas não chegava nem perto do Teenage Fanclub, cujo álbum “Bandwagonesque” foi nomeado o disco do ano.

(“Nevermind” liderou o rank da “Village Voice’s Pazz & Jop Critics Poll”, ficando na frente do Public Enemy, R.E.M., U2 e P.M. Dawn. “Smells Like Teen Spirit” também liderou a lista de singles, ficando 19 posições acima de “Pop Goes The Weasel” do 3rd Bass que, assim como o nirvana, levava a sério o desafio contra os “falsos artistas”.)

Assim como milhões de garotos, eu comprei uma cópia do “Nevermind” no fim de 1991, mas não me apressei em comprá-lo assim que escutei “Smells Like Teen Spirit”. Entretanto eu enchi o saco de minha mãe para que ela me levasse ao shopping para eu comprar dois álbuns que haviam saído uma semana antes do “Nevermind”. Eu havia esperado três anos por estes discos – toda a minha vida como consumidor de música. Por meses engoli o hype prometendo que a música destes álbuns poderia ser a melhor coisa a castigar meus tímpanos. Logicamente, tinha que possuir estes discos assim que estivessem disponíveis.

Você sabe onde está? Você está na selva com os “Use Your Illusion I” e “Use Your Illusion II” do Guns n’ Roses, baby! E até o final de 1991, algo que uma vez foi vital para a banda mais perigosa do planeta ia morreeeeeer!

O ano de 1991 pode ser lembrado como o ano do “Nevermind”, mas nenhuma banda era tão grande na época quanto o Guns n’ “Fucking” Roses, e nenhum rockstar tinha mais poder do que Axl Rose, o homem que fez da bandana e dos micro-shorts de ciclista algo cool de usar em público somente através da força de sua personalidade. O debut do Guns ‘ Roses, “Appetite for Destruction”, está entre os álbuns de Rock mais vendidos de todos os tempos e foi a trilha sonora de incontáveis adolescentes em ter o fim dos anos 80 e começo dos anos 90. Garotos de toda a parte estavam trepando, ficando bêbados e sendo espancados pela primeira vez, ao som de “Welcome to The Jungle” e “Paradise City”. Em 1991, Axl era tão poderoso que conseguiu coagir sua gravadora “Geffen Records”, a lançar dois maniacamente ambiciosos álbuns duplos no mesmo dia – 17 de setembro de 1991 – ao invés de separados por um ou dois anos, que era o que a gravadora queria fazer, porque parecia fazer mais sentido. O lançamento duplo dos “Use Your Illusion” era um ato tão descarado em sua arrogância, e ainda assim estranhamente admirável por sua dificuldade artística, que ninguém havia sido tão louco de tentar isso anteriormente e nem copiar nos 20 anos posteriores (sim, houve o pouco admirado projeto de Bruce Springsteen “Human Touch/Lucky Town” no ano seguinte, e o lançamento duplo de Sweat/Suit de Nelly em 2004, mas nenhum destes eram álbuns duplos). Podemos debater sobre a grandiosidade e importância do “Nevermind” – prefiro que não debatemos, mas vá em frente se quiser – mas não há argumentos contra a saga “Use Your Illusion” ser um evento único e histórico desde o nascimento do Rock; em termos de excessos, o fato fincou a bandeira do fim do mundo.

Baladas grandiosas baseadas no piano, épicos prog-Punks doentios, Blues queixosos cheios de DST’s, canções “piada” sobre putas mortas em valas, folks largados denunciando excessos anônimos e não tão anônimos, uma surpreendente e mordaz canção anti-guerra, ataques furiosos (e difamatórios) a jornalistas, participação especiais do cara do Blind Melon – “Use Your Illusion” tinha de tudo. Tudo que a “Geffen” podia fazer era esperar que Axl não decidisse carregar ainda mais paranóia sufocante e balbucios psicóticos em novas canções, adiando ainda mais o lançamento destes já obesos mamutes gêmeos à vida selvagem.

O primeiro gosto que o mundo teve de “Use Your Illusion” foi “You Could Be Mine”, lançado como single em junho de 1991, junto com o filme “O Exterminador do Futuro II: O Dia do Julgamento”, que por acaso era a outra obra de entretenimento na qual eu estava obcecado naquele ano. O Guns n’ Roses ainda estava a meses de lançar os álbuns que “You Could Be Mine” deveria divulgar – a canção é “Use Your Illusion II”, o que era bem confuso se você não soubesse sobre o “Use Your Illusion I” – mas o vídeo com Arnold Schwarzenegger foi bem sucedido em manter a banda onipresente na MTV naquele verão, como se ela estivesse em turnê pelo país. Não que o Guns n’ Roses precisasse de qualquer ajuda para chamar a atenção; durante um show em St. Louis, em julho, Rose saiu do palco, um reação ao que ele julgou ser um “segurança idiota”, durante a performance de “Rocket Queen”, a 15ª música da noite. O público respondeu destruindo o lugar, causando um prejuízo de US$ 200 mil; Rose mais tarde foi preso acusado de iniciar tumulto (ele se vingou, escrevendo “foda-se St. Louis”, nos créditos de ambos “Use Your Illusion”).

O tumulto sugeriu que a imagem do Guns n’ Roses ainda era rude o suficiente para convencer os fãs que socar uns aos outros na cara era uma reação razoável ao fato da banda só ter tocado por 90 e poucos minutos. Mas “Use Your Illusion” era o trabalho de uma banda indo além de seu início humilde, como patifes da rua que negociavam heroína; em breve o mundo descobriria que “You Could Be Mine” – uma canção magra, sórdida e com o balanço de uma cascavel, no clima do “Appetite” – havia criado uma porção de expectativas Hard Rock que os álbuns, independentes de seus outros méritos, não conseguiria atingir.

Nirvana está no topo da lista das 100 melhores músicas dos últimos 25 anos



O rei do pop aparece duas vezes na lista, na segunda posição com Billie Jean, e em quadragésimo com Beat it. Na frente dele, eleita a melhor músicas dos últimos 25 anos, Smell Like Teen Spirit, do Nirvana, hino da era grunge. A lista tenta agradar a todos, com o Guns N’Roses em terceiro com Sweet Child O’ Mine, Eminem com Loose Yourself em quarto e U2 com One em quinto. Até mesmo o van halen, sempre boicotado pelos moderninhos do rock, aparece em 11º, com Jump.

Entre os eleitos com duas entradas na lista estão Jackson, Madonna, Eminem, u2, The Police e Prince. Moderninhos, somente o Radiohead. Certamente se a lista tivesse sido feita por um canal inglês, 70% dos nomes cairiam por terra.

Confira a lista das 25 melhores do VH1:

1. Nirvana, Smells Like Teen Spirit
2. Michael Jackson, Billie Jean
3. guns n roses, Sweet Child O' Mine
4. Eminem, Lose Yourself
5. U2, One
6. Run-D.M.C., Walk This Way
7. Prince, When Doves Cry
8. Whitney Houston, I Will Always Love You
9. The Police, Every Breath You Take
10. Madonna, Like a Virgin
11. Van Halen, Jump
12. Alanis Morissette, You Oughta Know
13. TLC, Waterfalls
14. Sinead O'Connor, Nothing Compares 2 U
15. Pink Floyd, Another Brick in the Wall (Part 2)
16. No Doubt, Don't Speak
17. Def Leppard, Photograph
18. R.E.M., Losing My Religion
19. Public Enemy, Fight the Power
20. AC/DC, You Shook Me All Night Long
21. U2, With or Without You
22. Cyndi Lauper, Time After Time
23. Prince, Little Red Corvette
24. Celine Dion, My Heart Will Go On
25. Rick James, Super Freak
26. Bon Jovi, Livin' on a Prayer
27. Grandmaster Flash, The Message
28. Britney Spears, ... Baby One More Time
29. Bruce Springsteen, Born in the U.S.A.
30. Janet Jackson, Nasty
31. Dr. Dre feat. Snoop Doggy Dogg, Nuthin' but a `G' Thang
32. Pearl Jam, Jeremy
33. Tina Turner, What's Love Got to do With It
34. Peter Gabriel, In Your Eyes
35. The Sugarhill Gang, Rapper's Delight
36. Joan Jett, I Love Rock 'n Roll
37. Alicia Keys, Fallin'
38. The Clash, London Calling
39. Tom Petty, Free Fallin'
40. Michael Jackson, Beat It
41. Red Hot Chili Peppers, Under the Bridge
42. Blondie, Heart of Glass
43. The Go-Go's, Our Lips Are Sealed
44. Gloria Gaynor, I Will Survive
45. Aerosmith, I Don't Want to Miss a Thing
46. Queen and David Bowie, Under Pressure
47. Shania Twain, You're Still the One
48. Naughty By Nature, O.P.P.
49. Journey, Don't Stop Believin'
50. Lenny Kravitz, Are You Gonna Go My Way?
51. George Michael, Faith
52. The Rolling Stones, Start Me Up
53. Marvin Gaye, Sexual Healing
54. Goo Goo Dolls, Iris
55. Talking Heads, Once in a Lifetime
56. Sheryl Crow, All I Wanna Do
57. Eric Clapton, Tears in Heaven
58. The Notorious B.I.G. feat. Puff Daddy & Mase, Mo Money Mo Problems
59. Meat Loaf Paradise By the Dashboard Light
60. Santana feat. Rob Thomas, Smooth
61. Backstreet Boys, I Want It That Way
62. Pretenders, Brass in Pocket
63. Beck, Loser
64. The Knack, My Sharona
65. Nelly, Hot in Herre
66. Squeeze, Tempted
67. John Cougar Mellencamp, Jack and Diane
68. Chic, Good Times
69. Mary J. Blige, Real Love
70. Culture Club, Do You Really Want to Hurt Me
71. Dave Matthews Band, Crash Into Me
72. John Lennon, (Just Like) Starting Over
73. LL Cool J, Mama Said Knock You Out
74. Hall & Oates, I Can't Go for That (No Can Do)
75. The Ramones, I Wanna Be Sedated
76. Eurythmics, Sweet Dreams (Are Made of This)
77. Missy Elliott, Work It
78. Green Day, Good Riddance (Time of Your Life)
79. Destiny's Child, Say My Name
80. Duran Duran, Hungry Like the Wolf
81. OutKast, Ms. Jackson
82. Soft Cell, Tainted Love
83. Band Aid, Do They Know It's Christmas
84. Radiohead, Creep
85. Eminem, My Name Is
86. Tracy Chapman, Fast Car
87. The Who, Who Are You
88. Metallica, Enter Sandman
89. Pat Benatar, Hit Me With Your Best Shot
90. The Police, Roxanne
91. Melissa Etheridge, Come to My Window
92. Salt-N-Pepa, Push It
93. Nine Inch Nails, Closer
94. Cheap Trick, Surrender
95. Oasis, Wonderwall
96. Beastie Boys, (You Gotta) Fight for Your Right (to Party!)
97. Devo, Whip It
98. Hanson, MMMBop
99. Norah Jones, Don't Know Why
100. Madonna, Ray of Light.